São muitas as transformações no corpo da mulher durante a menopausa. A diminuição dos níveis de estrogênio é acompanhada por ondas de calor, perda de massa óssea, atrofia dos tecidos genitais e diminuição da libido.
Na pele, os principais efeitos sentidos são desidratação, afinamento, diminuição do colágeno e aumento da flacidez. Isso porque, após a menopausa, as fibras de colágeno diminuem no ritmo de 2,1% ao ano. E essa velocidade pode variar dependendo da coexistência de fatores de risco, como a exposição solar e o tabagismo – portanto, sempre é bom manter-se afastada deles. Além disso, as alterações vasculares características do climatério reduzem significativamente a capacidade de retenção de água pelas células e diminuem a atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas. Se não houver prevenção e cuidados, o resultado pode ser uma pele fina, seca, enrugada, flácida e quebradiça.
Hoje, com o aumento da expectativa de vida, a mulher passa grande parte de sua existência no período pós-menopausa. Por isso, as modalidades terapêuticas que aumentam a qualidade de vida das mulheres nessa fase têm adquirido cada vez mais importância. A terapia de reposição hormonal (TRH), por exemplo, é utilizada, entre outras funções, para eliminar os sintomas do hipoestrogenismo. Os efeitos dessa reposição sobre as alterações cutâneas vêm sendo estudados há tempos. Existem evidências mostrando que ela pode limitar o envelhecimento da pele, mantendo o tônus elástico.
Com a TRH a pele fica mais hidratada e a perda de colágeno é minimizada, mas existem outros recursos disponíveis, como hidratantes e ácidos antioxidantes. Cabe ao médico avaliar o mais adequado a cada caso.
De qualquer maneira, apesar dos evidentes benefícios da reposição hormonal para a cútis, devem ser levados em conta os riscos/benefícios gerais para cada paciente. Atualmente não existem recomendações para se limitar o tempo de uso do tratamento. As principais entidades internacionais, como a International Menopause Society e a North American Menopause Society e, no Brasil, a Sociedade Brasileira de Menopausa, apontam em suas diretrizes para a avaliação constante dos benefícios em contraposição aos riscos individuais.