A proteção solar tornou-se uma prática muito utilizada nos dias atuais por pacientes que já sofreram algum tipo de câncer de pele e também por pessoas que buscam a prevenção por apresentarem maior risco de desenvolverem o tumor.
Entretanto, alguns estudos sugerem que a fotoproteção da pele poderia colocar esta população em risco, já que inibe a produção da vitamina D, estimulada pela exposição da pele à radiação ultravioleta B (UVB), sendo limitada às fontes naturais através de dieta e imprescindível para o tecido ósseo. Coincidentemente a radiação UVB é considerada o fator mais ativo na formação do câncer de pele.
Os pacientes com deficiência de vitamina D são sujeitos a futuras alterações na mineralização óssea, associada a um risco aumentado de deformidades e fraturas.
Portanto, os pacientes estão recebendo, por parte dos médicos, orientações de saúde antagônicas: a fotoproteção para evitar o câncer de pele e, ao mesmo tempo, a necessidade de exposição solar para garantir uma boa produção de vitamina D.
Com o intuito de avaliar os níveis de vitamina D em pessoas fotoprotegidas, foi realizada uma pesquisa que contou com pessoas que se fotoprotegeram e não se expuseram ao sol entre 9 e 15 horas nos últimos 6 meses ou o fizeram sempre com forte proteção solar (roupas e/ou filtro solar aplicado corretamente) e os que não se protegeram se expuseram regularmente ao sol nos últimos 6 meses e não utilizaram nenhum mecanismo de fotoproteção.
Como resultado, observou – se que nos indivíduos fotoprotegidos ocorreram valores menores da concentração de vitamina D do que naqueles que não se protegeram, mas não o suficiente para causar a deficiência de vitamina D. Os fotoprotegidos continuam dentro da faixa de normalidade e, portanto, não ficaram deficientes em vitamina D.
Vale ressaltar que, em um país tropical, como o nosso, a proteção solar absoluta é impossível de ser praticada e, portanto, conclui-se que a radiação solar UVB do dia a dia é suficiente para promover a produção adequada de vitamina D.
Os resultados deste trabalho, realizado com pessoas de pele clara, demonstraram a capacidade de se produzir vitamina D com as pequenas exposições do dia a dia.
Isso permite a fotoproteção em indivíduos de maior risco para o câncer de pele, sem temer o prejuízo aos ossos.
Fonte: Boletim Informativo do Grupo Brasileiro de Melanoma (GBM).