
Alopécia areata
A Alopécia Areata é uma doença que causa perda dos cabelos, geralmente áreas circulares e bem delimitadas no couro cabeludo e barba. Áreas sem cabelos aparecem repentinamente. O cabelo cresce de volta com os tratamentos em até 12 meses. Entretanto, algumas pessoas apresentam formas severas dessa doença causando perda total do cabelo (Alopécia Areata total) dos pelos do corpo (Alopécia Areata Universal). Essas duas formas são mais resistentes aos tratamentos.
A doença se caracteriza por uma reação autoimune, ou seja, o sistema imune do paciente ataca as próprias células. Na Alopécia Areata, o folículo piloso sofre ataque, ocasionando perda dos pelos.
Existem fatores genéticos associados, ou seja, familiares com Alopécia Areata têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Aproximadamente 40% dos pacientes que desenvolvem essa doença abaixo dos 30 anos possuem pelo menos um familiar com Alopécia Areata.
Pessoas com Alopécia Areata podem apresentam outras doenças autoimunes associadas como doenças da tireoide. O dermatologista deve pesquisar essa associação.
Alteração das unhas podem estar presentes, em geral se apresentam como pequenas depressões nas unhas (pitting ungueal).
O Diagnóstico é feito pelo padrão de queda de cabelo associado a dermatoscopia, que é um exame de ampliação do couro cabeludo com luz polarizada onde dermatologista vai identificar sinais caraterísticos dessa doença (pontos pretos e cabelos afinados na base). Em alguns casos é necessária a realização de biopsia do couro cabeludo, que é a retirada de um fragmento pequeno ( do tamanho da ponta de um lápis) com anestesia local para avaliação no microscópio.
Alopécia Frontal Fibrosante
Alopécia Frontal Fibrosante (AFF) é cicatricial, ou seja, ocorre inflamação ao redor do pelo que deixa uma cicatriz e portanto é irreversível. É uma doença relativamente nova, descrita pela primeira vez em 1994. Apresenta as mesmas características na biopsia de pele do Liquen Plano Pilar entretanto sua apresentação é característica com perda progressiva dos cabelos na faixa da tiara e perda de cílios e sobrancelhas. Pode ocorrer perda dos pelos do rosto, região íntima e axilas.
Acomete principalmente mulheres na pós menopausa mas existem casos em homens e mulheres mais jovens. A causa da doença é ainda desconhecida. A perda dos pêlos ocorre progressivamente e pode estabilizar-se após alguns anos, no entanto é impossível predizer gravidade da doença.
Alopecia Cicatricias
Alopécia cicatricial é um grupo de doenças do couro cabeludo que ocorre a perda irreversível dos folículos. No lugar dos fios, o corpo produz uma cicatriz que impede o crescimento de novos pelos no local. São consideradas urgências dermatológicas, ou seja, quanto antes iniciar tratamento, menores as chances de morte dos fios.
As alopecias cicatricais mais comuns são:
- Lúpus Discóide do couro cabeludo
- Liquen Plano Pilar
- Liquen Plano Pilar Clássico
- Alopécia Frontal Fibrosante
- Pseudo pelada de Brocq
- Alopécia Central Centrífuga
- Foliculite Decalvante
- Foliculite Dissecante
- Acne Queloideana da barba ou couro cabeludo.
Calvície
A calvície, conhecida cientificamente como alopecia androgenética, é o distúrbio mais comum de perda de cabelos nos homens e mulheres. É causada por fatores genéticos e hormonais que geram afinamento progressivo dos fios. Aos 80 anos de idade, 73% dos homens e 35% das mulheres desenvolvem a alopecia androgenética.
O hormônio masculino (testosterona) não é diretamente responsável pela calvície. O responsável é a dihidroepiandrosterona (DHT), que é a forma ativa do hormônio masculino nos fios. Ela promove afinamentos progressivos dos cabelos. Medicamentos como a finasterida e dutasterida diminuem a ação do DHT no pelo, sem alterar a testosterona no sangue. Por isso junto com minoxidil são aliados importantes no tratamento da calvície.
Mulheres com ovário policístico, implantes hormonais de testosterona ou doenças que aumentam os níveis de hormônios masculinos (tumores nos ovários e arenal) podem apresentar sintomas da alopecia androgenética. O dermatologista deve avaliar todas essas condições.
A inflamação do couro cabeludo também acelera o processo de queda de cabelo e calvície. A caspa (dermatite seborreica) deve ser tratada sempre.
O padrão de calvície nos homens é diferente das mulheres. No sexo masculino, a perda costuma ser nas entradas e no topo da cabeça. No sexo feminino, a perda dos fios ocorre na risca do cabelo e mais difusamente sobre todo o topo da cabeça.
Diagnóstico é feito pelo padrão de queda de cabelo associado a dermatoscopia, que é um exame de ampliação do couro cabeludo com luz polarizada onde dermatologista vai identificar sinais característicos dessa doença (afinamento e variabilidade dos fios).
Caspa
A caspa nada mais é do que um dos sintomas da dermatite seborreica no couro cabeludo. A inflamação é crônica, com períodos de melhora e piora, e tem causas ainda não totalmente esclarecidas. Seu aparecimento pode ser genético ou estar ligado a fatores externos como frio, ingestão de álcool ou estresse. Os sintomas incluem: oleosidade no couro cabeludo, descamação esbranquiçada e vermelhidão variáveis de acordo com a intensidade do processo. Coceira pode estar associada, assim como perda de cabelos.
O diagnóstico é feito pelo dermatologista e o tratamento, em geral, se dá com o uso de xampus específicos e medicamentos tópicos e sistêmicos. Algumas dicas também ajudam bastante:
- Lavar o cabelo com o xampu indicado na raiz todos os dias, em banhos curtos e mornos; não esfregar vigorosamente e enxaguar bem
- Não usar chapéus e bonés por tempo prolongado.
- Controlar o estresse, ter uma alimentação equilibrada e moderar o consumo de bebida alcóolica
Micose
Nossas unhas são formadas por queratina, e a micose é uma infecção causada por fungos que se alimentam dessa proteína. Em geral, as unhas dos pés são mais afetadas por ficarem abafadas por mais tempo dentro dos sapatos. O ideal é procurar um médico dermatologista qualificado sempre que verificar alguma alteração.
Tipos
Descolamento da borda livre: na forma mais frequente de micose, o fungo penetra pela porção distal da unha, que vai descolando e fica grossa, com muita descamação sob o leito. Atenção, pois, por vezes, unhas descoladas não são sinal de micose, mas de traumas por contato constante com sapatos ou em quem pratica esportes de impacto.
Leuconíquia: superfícies descoloridas ou esbranquiçadas podem significar início de micose ou envelhecimento de esmalte sobre as unhas.
Deformidades: unhas frágeis e quebradiças que levam a deformidades e podem esconder infecções por fungos
Paroníquia: conhecida popularmente como unheiro, é causada pelo mesmo fungo que provoca a candidíase. Há inflamação, dor e vermelhidão ao redor da unha, que podem se tornar crônicos e levar à perda da cutícula.
As micoses de unha são problemas incômodos e de tratamento lento, mas há cura. As opções terapêuticas incluem medicamentos tópicos sistêmicos e também laserterapia, que tem permitido ótimos resultados excluindo, muitas vezes, o uso de tratamento via oral. O importante é procurar um dermatologista e seguir à risca suas orientações, usando os medicamentos prescritos pelo tempo necessário. A interrupção do tratamento antes do tempo pode retardar o processo de cura, que já é naturalmente lento em virtude do ritmo de crescimento ungueal.
Queda de cabelos - Eflúvio telógeno
A queda de cabelo é normal para a espécie humana. Todos perdemos cabelos regularmente, mas é preciso ficar atento a alguns aspectos. Quando a queda diária se torna aumentada e não regride em por volta de 30 dias, é hora de procurar a ajuda do dermatologista.
Eflúvio telógeno agudo: tem causa ligada a eventos acontecidos três meses antes do início da queda. Isso acontece porque o fio tem um ciclo de 120 dias, durante o qual se prepara para a queda. Dieta restritiva, parto, infecções e estresse funcionam como gatilho para os fios caírem após 120 dias. Na prática, a quantidade da queda duplica.
Eflúvio telógeno crônico: esta condição é considerada quando os exames laboratoriais estão normais e não há histórico para doenças recentes ou estresse. É muito desconfortável para o paciente, que tem a sensação de estar ficando careca. Mas o eflúvio crônico não evolui para calvície generalizada, pois os fios estão sempre sendo repostos pelos folículos.
A queda/reposição pode gerar fios novos na base (couro cabeludo) ao mesmo tempo em que se observa a diminuição ou afinamento do rabo de cavalo. A queda de cabelo, quando não há outra doença associada, tem duração determinada. Ou seja, a melhora acontece sozinha. Porém, é possível estimular o crescimento e a força dos cabelos com compostos vitamínicos e, em alguns casos, medicamentos tópicos. A consulta com o dermatologista é imprescindível para saber se o problema é apenas a queda ou se há doenças relacionadas ou déficit nutricional.
Unha encravada
O problema acontece quando parte da unha, principalmente do dedão do pé, cresce em direção à pele, lesionando o local. Esportes de impacto, que causam traumas nas unhas, uso de sapatos apertados ou o hábito de arredondar os cantos das unhas em vez de cortá-las de forma reta podem facilitar o encravamento.
Não tente tratar a unha encravada de forma caseira. Procure um podólogo se sua unha tende a encravar para que seja cortada adequadamente. Caso o canto inflame, tornando-se dolorido, vermelho e inchado, é indicado visitar o dermatologista. Em casos simples, aplicação de órteses e soluções tópicas para reduzir a inflamação resolvem o problema. Porém, quando a lesão é mais grave e evoluiu para o que chamados de granuloma piogênico, que sangra facilmente, o tratamento pode incluir antibióticos e até cirurgia.