Os brasileiros que sofrem de doenças crônicas de pele, como o vitiligo e a psoríase, ambas de difícil tratamento, contam, desde novembro, com o auxílio da tecnologia para enfrentar o problema.

Trata-se do sistema de laser Excimer, também conhecido por Xtrac. A principal vantagem sobre o uso de medicações é que com o aparelho os benefícios aparecem muito rapidamente.

Nos Estados Unidos, o laser Excimer já é utilizado há sete anos e conta com total aprovação do FDA (rigoroso órgão norte-americano de controle do uso de medicamentos, alimentos e equipamentos médicos).

A tecnologia, a mesma utilizada nas cirurgias para tratar miopia, também é empregada com sucesso em outras alterações cutâneas, como manchas brancas de cicatrizes, alopecia areata, eczemas, sardas brancas e estrias antigas.

O Xtrac atua nas células inflamatórias (linfócitos T), presentes na pele alterada, sem provocar efeitos colaterais. O tratamento também não tem contra-indicações.

“Antes da chegada do Laser Excimer, esses problemas dermatológicos eram tratados por lâmpadas ultravioletas B, opção terapêutica que ainda é bastante utilizada”, explica a dermatologista Ana Lúcia Recio. “Hoje sabemos que a probabilidade de surgimento de câncer de pele provocado pelo sol está proporcionalmente relacionada ao efeito cumulativo dos raios UVB ao longo dos anos”, diz a médica. Cada sessão com Excimer equivale a 3,6 sessões com lâmpadas UVB.

O Xtrac trabalha emitindo feixes de luz no local da lesão através de fibra ótica. A aplicação é feita durante poucos segundos em cada lesão, sem provocar dor. “Só o local afetado é tratado. Evita-se o envelhecimento provocado pelos raios UVB e o risco de câncer de pele reduz muito”, afirma Ana Lúcia.

Vale lembrar que 1% da população mundial sofre de vitiligo e cerca de 3% têm psoríase. A cura para esses males ainda não existe, mas, segundo a especialista, a destruição das células inflamatórias na psiosíase como o laser, por exemplo, permite uma remissão de até dois anos do processo. Em se tratando do vitiligo, as lesões submetidas ao Xtrac não voltam a aparecer em até 95% dos casos.

Os pacientes passam por sessões semanais, até a melhora da pele. Ana Lúcia explica que não é possível quantificar o número de sessões necessárias para se obter um resultado satisfatório, pois isso depende de cada caso.