A psoríase é uma doença de pele inflamatória e crônica. Não contagiosa, ela pode afetar o corpo todo, mas principalmente joelhos, cotovelos, região lombar, mãos, pés, unhas e couro cabeludo. De acordo com a Associação Brasileira de Estudos e Assistência às Pessoas com Psoríase, o problema acomete entre 2% e 4% da população mundial, cerca de 190 milhões de pessoas. Homens e mulheres, em geral de 20 a 35 anos, são os mais afetados, embora o mal atinja as pessoas indiscriminadamente.
Acredita-se que sua causa esteja relacionada ao sistema imunológico e à liberação de substâncias inflamatórias pelos linfócitos. Em resposta a isso, a pele passa a produzir mais células, sendo que o organismo não consegue eliminar células mortas com eficiência. O resultado é a formação de manchas espessas, avermelhadas e descamativas. Algumas pessoas podem ter coceira, e as articulações também podem inflamar, já que a psoríase pode aparecer em conjunto com artrite. Alguns fatores também podem aumentar o risco de a pessoa desenvolver psoríase, como histórico familiar, estresse, obesidade, tempo frio, consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo, e, recentemente, passou-se a relacionar a doença a alterações metabólicas, como diabetes e colesterol alto. De difícil controle, os pacientes com psoríase ainda lidam com as dificuldades que a doença pode causar no convívio social, por ter sintomas físicos considerados estigmatizantes e de grande incômodo.
A dermatologista Ana Lucia Recio, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, ressalta que apesar de não ter cura, há diversos tratamentos para controlar e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela doença. “Os tratamentos têm como objetivo reduzir a velocidade do processo de alteração das células da pele. A dermatologia oferece, hoje, opções para o combate aos sintomas da psoríase”, ressalta a especialista. Os tratamentos são diferentes para cada tipo de psoríase e muito individualizados, mas podem incluir hidratação, medicamentos tópicos e exposição controlada ao sol, além de ledterapia e algumas medicações orais. “Surgiu recentemente uma nova classe de medicamentos para tratar casos graves psoríase, com ou sem artrite: os medicamentos biológicos”, pontua Ana Lucia. Segundo a especialista, neste tratamento que é administrado de forma injetável, anticorpos reagem a células, substâncias ou receptores associados à psoríase e ajudam a controlar o problema. “A duração do tratamento é variável, e ele tem efeitos colaterais importantes a serem considerados, além de ter alto custo, mas a resposta tem sido positiva”, explica.
De acordo com ela, esta é uma doença que pode surgir a qualquer momento da vida, mas caso o paciente esteja antes dos 30 anos ou depois dos 50, a atenção deve ser redobrada. “É fundamental contar sempre com o diagnóstico de um médico dermatologista nestas situações”, finaliza a dermatologista.
Conheça os tipos de psoríase:
- Psoríase em placas ou vulgar: a mais comum, forma placas secas, avermelhadas com escamas esbranquiçadas
- Psoríase ungueal: afeta as unhas das mãos e dos pés
- Psoríase do couro cabeludo: semelhante à caspa. Surgem áreas avermelhadas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar
- Psoríase gutata: acomete crianças e jovens, com pequenas feridas, em forma de gota no tronco, nos braços, nas pernas e no couro cabeludo
- Psoríase invertida: atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor dos genitais
- Psoríase pustulosa: de desenvolvimento rápido, tem bolhas de pus que secam dentro de um dia ou dois, mas podem reaparecer durante dias ou semanas
- Psoríase eritodérmica: tipo menos comum, acomete todo o corpo e pode ser desencadeada por queimaduras graves ou infecções, por exemplo
- Psoríase artropática: além da inflamação na pele causa dores nas articulações